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Fundraising é mais ciência do que arte
Como funciona o financiamento por estágios
Olá! 👋
Dia 6/nov vai rolar a segunda edição do Raise Camp Summit.
É um evento para empreendedores que tratam fundraising como prioridade estratégica. Casos reais de captação, na visão de founders e investidores.
Guilherme Benchimol (XP) e Edson Rigonatti (Astella) já confirmaram presença como speakers.
O elemento fundamental do crescimento.
Startups não morrem por produto fraco. Nem por time inexperiente. Muito menos por falta de trabalho duro. A principal razão é outra.
Elas falham por ficar sem dinheiro.
Ou por não conseguir levantar capital para permanecer no jogo.
Dinheiro não é detalhe. É o combustível que mantém a máquina rodando.
Permite criar e desenvolver produtos e serviços inovadores;
Financia as ações de marketing e engrenagens de vendas;
Viabiliza contratar e reter as melhores pessoas.
Fundraising é mais ciência do que arte.
Captar recursos não precisa ser aleatório.. Para quem quer escalar um negócio com capital externo, especialmente via equity, é essencial entender que fundraising é um processo. Existe um passo a passo. Existe método. A desorganização custa tempo, dinheiro e energia.
Você investe numa série de métodos e sistemas para vender. E sabe quanto custa trazer clientes. Isso se chama CAC - custo de aquisição de cliente.
Você investe em estrutura e processos para recrutar pessoas. E sabe quanto custa trazer talentos. Isso se chama CAT - custo de aquisição de talentos.
Mas você tem playbook para conseguir dinheiro? Quanto investe em frameworks, sistemas, pessoas para levantar capital? Qual é seu CAI - custo de aquisição de investidor?
É responsabilidade de founder garantir os recursos financeiros para a sobrevivência e prosperidade de um negócio.
E é meu papel te guiar nessa jornada. 👊🏼
O que é uma startup?
Startup não é sinônimo de empresa de tecnologia. Nem de empresa pequena. O conceito mais preciso, e talvez mais relevante, é o de Eric Ries: “Uma startup é uma organização social criada para gerar novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza.”
Atenção em três pilares:
É uma organização social, ou seja, feita de pessoas.
Focada na criação de algo novo (inovação, não necessariamente tecnologia).
Atua sob extrema incerteza (não apenas instabilidade, mas um grau de imprevisibilidade radical).
Isso explica por que startups precisam de tipos específicos de capital, especialmente o capital de risco. E por que operar como se fossem empresas tradicionais pode ser fatal.
As quatro disciplinas estratégicas de um founder.
O ativo mais importante de qualquer empresa é o tempo dos fundadores. Todo empreendedor deveria organizar sua rotina a partir de quatro disciplinas essenciais:
Criar e evoluir o produto: sem produto, não há negócio.
Comunicar e vender: sem vendas, não há receita.
Cuidar de pessoas: sem time, não há execução.
Conseguir (e gerir) dinheiro: sem recursos, não há continuidade.
A maioria prioriza produto e vendas, terceiriza pessoas e negligencia dinheiro.
No entanto, capital é a alavanca que viabiliza todas as demais.
Repense sua agenda.
Cuidar de dinheiro: acesso e eficiência de capital.
A primeira tarefa de todo empreendedor é garantir os recursos financeiros necessários para sua empresa i) sobreviver; ii) prosperar. Não existe mágica. Ou o dinheiro sai do seu bolso ou do bolso de outras pessoas. Mas ele precisa existir.
Isso se chama acesso ao capital.
Depois de ter dinheiro na conta, é preciso saber alocar os recursos. Como o dinheiro é investido. O comportamento do fluxo de caixa. Gestão financeira.
Isso se chama eficiência do capital.
Quantas horas por semana você investe em cuidar de dinheiro?
Equity & Debt: os dois caminhos possíveis.
Existem apenas duas formas de conseguir dinheiro no mercado:
Via equity: o investidor aporta capital em troca de uma participação societária. Combina com potencial de escala, não exige garantias reais, mas exige visão audaciosa e capacidade de execução.
Via dívida: o capital é emprestado em troca de uma remuneração (juros). Exige previsibilidade de receita e, geralmente, garantias reais ou pessoais.
Startups, por operarem sob incerteza, tendem a não ser boas candidatas à dívida nos primeiros estágios. O acesso a equity, portanto, é a alternativa mais viável enquanto não se valida produto, canal e modelo de negócio.
A mecânica do venture capital é o financiamento por estágios.
Antes de pensar em quem abordar, você precisa entender o tipo de jogo que cada investidor joga.
Cada estágio de maturidade demanda um tipo de dinheiro específico.
E cada investidor tem uma expectativa diferente: de risco, retorno, governança, maturidade do time e até uso do capital.
Capital Próprio
O bolso é o órgão mais sensível do corpo humano. Se você quer que os outros coloquem a mão no bolso, comece colocando a mão no seu.
Skin in the game, pra mim, significa duas coisas: dedicação full time e dinheiro próprio no negócio. Esse capital serve para tirar a ideia do papel: validar hipótese, prototipar, rodar os primeiros testes com usuários.
Friends & Family
É emocional, informal e, por isso mesmo, exige cuidado dobrado. São pessoas que confiam em você — não na sua planilha.
Use esses cheques pequenos (entre $50k e $250k) para dar os primeiros passos estruturados: montar time, evoluir o produto, conquistar os primeiros clientes.
Devolva esse dinheiro assim que possível. Pela minha experiência, família e amigos ficarão bastante felizes se você simplesmente não perder o dinheiro deles.
Anjos e Aceleradoras
Aqui entram players que já conhecem o jogo — e querem contribuir além do dinheiro.
Aceleradoras trazem rede, mentoria, visibilidade e metodologia. Anjos experientes podem ser seus melhores aliados, abrindo portas para rodadas futuras ou até apresentando fundos.
Prefira aqueles com experiência no seu mercado de atuação. Cuidado com deals que não envolvem nenhum centavo. O comprometimento é proporcional ao quanto dói no bolso.
Family Offices e Micro VCs
Nem todos os family offices investem em startups. Mas muitos vêm buscando diversificação via early stage — especialmente nos mesmos setores onde construíram suas fortunas.
O processo costuma ser menos estruturado do que fundos tradicionais — e muitas vezes mais relacional.
A mecânica dos micro VCs é parecida, com uma diferença: o capital vem de diversos cotistas, e não de um único patrimônio. São veículos com cheques entre $500k e $2,5M, que entram com convicção e acompanham de perto.
Pense como um anjo com cheque maior. Se tiver acesso, é uma das melhores alternativas para transição do caos para a tração.
Fundos de VC (pre-seed e seed)
Aqui o jogo muda. Começam as rodadas institucionais. Existe processo. Existe comitê. Existe diligência jurídica e contábil. Mas também existe mais capital, mais influência e, muitas vezes, mais suporte.
Fundos que lideram rodadas tendem a fazer cheques acima de $5M. Os que acompanham, entre $1M e $3M.
Corporate VCs
Fundos corporativos são estratégicos por definição. Eles não buscam apenas retorno financeiro — buscam sinergia, distribuição, inovação próxima do core business.
Às vezes, querem também benefícios comerciais. Cuidado com os termos e condições. Os cheques costumam ser maiores, mas o processo é mais lento. Se houver alinhamento, pode ser um parceiro poderoso no médio e longo prazo.
⚠️ Temos dois tipos de ingressos para o Raise Camp Summit:
PRESENCIAL: experiência completa, com networking coffee.
ONLINE: acompanhe ao vivo em 4K.
Até a próxima! ✌🏼😉
Zé